O fim do PERSE: impactos, riscos e como as empresas podem agir

O encerramento antecipado do PERSE surpreendeu o setor de eventos. Entenda os impactos jurídicos da extinção, a violação da segurança jurídica e as ações judiciais que buscam manter o benefício fiscal até 2027. Saiba como sua empresa pode contestar.

Em março de 2025, a Receita Federal anunciou o encerramento antecipado do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE). A medida causou surpresa e incerteza entre empresas que dependiam da isenção fiscal para manter suas operações após os efeitos econômicos da pandemia.

Criado pela Lei nº 14.148/2021, o PERSE previa a redução a zero das alíquotas de PIS, Cofins, IRPJ e CSLL por 60 meses, com vigência até março de 2027. No entanto, com a nova regra fixada em 2024, o programa passou a ser limitado ao teto de R$ 15 bilhões em renúncia fiscal — valor que, segundo a Receita Federal, já foi atingido.

Diante disso, a extinção oficial foi comunicada para abril de 2025, encerrando de forma abrupta o incentivo. Mas, afinal, essa decisão é definitiva? E quais medidas estão sendo adotadas para proteger as empresas atingidas?

Entendimento jurídico: há como contestar?

Diversos especialistas e entidades representativas do setor entendem que o encerramento antecipado viola princípios constitucionais fundamentais, como o da segurança jurídica e da anterioridade tributária. Isso porque as empresas organizaram suas estratégias fiscais com base em uma regra vigente, cuja alteração abrupta compromete previsões e investimentos.

Com isso, ações judiciais têm sido propostas para preservar o benefício fiscal até 2027. E o Poder Judiciário tem dado sinais favoráveis: em abril, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região concedeu liminar para um grupo de restaurantes do Distrito Federal, autorizando a continuidade do PERSE até o fim do prazo original.

Como sua empresa pode agir?

Empresas que foram afetadas pelo fim do PERSE devem agir estrategicamente. Entre os principais passos recomendados estão:

  • Reavaliar o impacto financeiro do retorno à tributação plena
  • Verificar a regularidade da adesão ao programa
  • Reunir documentos comprobatórios
  • Analisar a viabilidade de ação judicial com suporte jurídico técnico

Em tempos de instabilidade normativa, atuar de forma preventiva e embasada é essencial para preservar os direitos do contribuinte e minimizar riscos fiscais.

Considerações finais

O encerramento do PERSE levanta um alerta importante sobre a necessidade de constante monitoramento do cenário tributário. Mais do que uma questão técnica, trata-se da continuidade de negócios que enfrentaram duramente os efeitos da pandemia e agora se veem diante de um novo desafio.

Empresas que atuam com planejamento e assessoria adequada tendem a se posicionar melhor diante de incertezas como essa.